Tesla despenca na Europa enquanto chineses dominam vendas de elétricos em 2025

Você piscou e boom, a Tesla perdeu espaço na Península Ibérica como se estivesse dirigindo em ponto morto

Você piscou e boom, a Tesla perdeu espaço na Península Ibérica como se estivesse dirigindo em ponto morto ladeira abaixo. Enquanto as montadoras chinesas aceleram com tudo, a queridinha de Elon Musk está ficando para trás. E olha que a notícia veio direto da Reuters, que não costuma usar hipérboles — então se até eles estão dizendo que a Tesla está com o pneu murcho, é porque o negócio é sério.

Pra você ter ideia, em maio de 2025, a Tesla vendeu 794 carros na Espanha, uma queda de 29% em relação a maio de 2024. Em Portugal, a situação foi ainda mais embaraçosa: 292 carros vendidos, um desabamento de 68%. Isso mesmo, sessenta e oito por cento de queda. É como se dois terços dos portugueses que antes compravam Tesla agora tivessem simplesmente dito: “não, obrigado”. E isso enquanto as vendas de veículos elétricos no geral estão bombando, com um crescimento de 72% só na Espanha. Ou seja, o problema não é o carro elétrico. O problema é a Tesla.

E aí você me pergunta: “Mas o que está acontecendo com a marca que prometia revolucionar o mundo automotivo?” Pois é, a resposta tem várias camadas, e nenhuma delas é muito boa pra Elon Musk. Vamos por partes, com aquela dose de sarcasmo que esse tipo de notícia merece.

Pra começar, tem o fator “Musk sendo Musk”. O CEO da Tesla, que até pouco tempo atrás era visto como um visionário futurista, hoje parece mais um agitador político com conta no X (antigo Twitter), flertando com partidos de extrema direita e comprando brigas desnecessárias com metade do planeta. Na Europa, onde o clima político costuma ser mais moderado, esse tipo de posicionamento tem preço — e a imagem da Tesla está derretendo mais rápido que gelo em capô de carro no deserto de Nevada.

Os europeus, especialmente os ibéricos, já estavam com um pé atrás com a postura agressiva de Musk. Agora, com uma concorrência cada vez mais preparada, mais barata e mais inovadora, fica difícil justificar a compra de um Tesla só porque tem um logotipo bonitinho. Afinal, se o carro chinês faz igual, custa menos e ainda entrega mais funções, quem vai comprar um Model 3 por status se o status virou sinônimo de polêmica?

Falando em concorrência, as marcas chinesas BYD, MG e Omoda estão dominando o pedaço. Na Espanha, a BYD cresceu inacreditáveis 745%, a MG subiu 87% e a Omoda disparou 213%. Isso é o que os especialistas chamam de “domínio do mercado por atropelamento”. E olha que os chineses ainda estão engatinhando no marketing europeu — imagina quando resolverem investir pesado?

Enquanto isso, a linha de modelos da Tesla continua limitada. O consumidor quer variedade, quer tecnologia, quer conforto — e quer pagar menos. Mas a Tesla parece ter parado no tempo, como aquele colega do colégio que só fala do mesmo assunto há dez anos. A empresa precisa de renovação urgente, mas Musk parece mais interessado em postar memes e fazer piada com adversários políticos do que em lançar modelos novos e competitivos.

O reflexo disso tudo aparece nos números frios. Nos cinco primeiros meses de 2025, a Tesla viu suas vendas na Espanha despencarem 19%, enquanto em Portugal o tombo foi ainda maior: 36%. Em contraste, os veículos eletrificados no geral (elétricos e híbridos) estão em alta, nadando de braçada nas preferências do consumidor ibérico. Ou seja, o mercado está quente, mas a Tesla está gelando.

E tem mais: o próprio Musk fez questão de dizer que vai voltar a trabalhar “24 horas por dia, 7 dias por semana”. Talvez ele devesse focar essas horas todas em reconquistar os consumidores europeus, porque a julgar pelo rumo atual, nem toda essa maratona vai ser suficiente para resgatar a Tesla do buraco que ela mesma cavou.

Vamos ser sinceros: o mercado europeu é exigente e altamente competitivo. Os consumidores sabem o que querem. E o que eles não querem, aparentemente, é uma marca que se afasta das pautas ambientais e sociais, enquanto outras se aproximam exatamente do que importa. No mundo dos elétricos, sustentabilidade é mais que uma palavra bonita — é uma exigência.

Agora, faça um exercício de imaginação. Você está em Lisboa ou Madri, pensando em comprar um carro novo. De um lado, tem a Tesla com seu histórico de polêmicas, preços altos e pouca diversidade de modelos. Do outro, tem BYD, MG e até a Renault com seus híbridos e elétricos novinhos em folha, cheios de inovação, tecnologia embarcada e com preços acessíveis. Não precisa nem ser um especialista pra saber qual vai parecer o negócio mais vantajoso.

Ah, e tem mais um detalhe: a Europa está literalmente lotada de incentivos para quem compra veículos sustentáveis. Alguns países oferecem subsídios generosos, isenção de impostos e benefícios para quem dirige elétricos ou híbridos. Então, se o consumidor já está sendo incentivado a sair do carro a combustão, a última coisa que ele quer é associar sua escolha “verde” com um CEO que parece estar cada vez mais “vermelho” ideologicamente.

A queda da Tesla na Península Ibérica não é um acaso. É o resultado de um conjunto de decisões estratégicas (ou a ausência delas), comportamento público de seu principal líder e uma clara desconexão com o novo perfil do consumidor europeu. O velho discurso de “carro do futuro” já não cola mais. Hoje, o futuro chegou e tem sotaque chinês, europeu — e não californiano.

E aqui entre nós: será que o brasileiro médio que sonha em ter um Tesla ainda vai continuar vendo a marca como um símbolo de status? Ou será que essa sequência de tombos vai começar a afetar também a imagem no Brasil e na América Latina? Porque se depender das vendas globais, o declínio europeu pode muito bem virar tendência mundial.

Se Musk não mudar o jogo rapidamente, a Tesla corre o risco de virar o novo Blackberry da indústria automotiva — uma gigante do passado, sufocada pela inovação alheia, engolida por empresas mais rápidas, mais flexíveis e menos arrogantes. E tudo isso por quê? Porque em vez de focar no cliente, preferiu fazer política e cultuar a própria personalidade.

O recado está dado. O mercado não perdoa ego inflado nem desatenção com a concorrência. E os dados da Reuters deixam isso mais claro do que nunca. É bom a Tesla acordar antes que seja tarde demais — porque o mundo está se eletrificando a passos largos, mas parece que ela ficou sem bateria no meio do caminho.

Com informações Reuters

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